Etimologia – ou Etiologia, como queiram!

Dentre os meus interesses, digamos assim, intelectuais e totalmente descompromissados, aquém do que se pudesse chamar de amor ou paixão, mas à frente da simples curiosidade está a etimologia, o estudo da origem das palavras. Eu vejo a etimologia, no mínimo, como um grande barato e uma fonte cultural inesgotável. Palavras como “enfezado” e “coitado”, por exemplo, deveriam fazer as pessoas refletirem sobre o que dizem:

“- Hoje minha mãe estava enfezada, se sentindo uma coitada

– Desculpe-me, Cláudio, mas como é mesmo o nome da sua mãe?

– É Cássia… Você se esqueceu?

– É verdade, desculpe-me, eu tinha me esquecido… E a Dona Cássia tá se sentindo assim por que, coitadinha?

– Ela se sentiu acuada diante do juiz, você sabe a m%rd@ (*) que são essas coisas, não é?…”.

Vou acabar a minha criatividade por aqui, ok? Só queria exemplificar um diálogo e não tornar o meu post proibido para menores. Aliás, tirem as crianças da sala e as coloquem na Kombi agora, pois virá adiante a “tradução etimológica” de algumas palavras, ainda que a etimologia real de algumas possa ser discutível… Afinal, a origem de todas as palavras foi a de um som apenas: a do sopro de Deus e esse meu pensamento ninguém há de me retirar.

Vai aqui, então, uma tradução simplificada:

“- Hoje minha mãe estava cheia de fezes, se sentindo uma f#did@

– Desculpe-me, Manco, mas como é mesmo o nome da sua mãe?

– É Pobrezinha… Você se esqueceu?

– É verdade, desculpe-me, eu tinha me esquecido… E a Dona Pobrezinha tá se sentindo assim por que, F#d!d!ñ@?

– Ela se sentiu com o k´ sentado no chão diante do juiz, você sabe a m%rd@ (*obs: abaixo) que são essas coisas, não é?…”

*obs: http://sobrepensar.tumblr.com/post/4776605115/estudo-etimologico-historico-da-merda – dá os sentidos possíveis da palavra… hmmm… vocês entenderam bem, não?

Bem… fiz essa introdução apenas para apresentar-lhes abaixo a etimologia de algumas palavras em português relativas a algumas bebidas que se encontram ao nosso alcance, cuja fonte obtive no endereço: http://origemdapalavra.com.br/palavras/rum/, sendo que o “rum” que vocês podem ver pelo endereço eletrônico acaba por indicar a origem da palavra que eu pesquisava a princípio: [A minha dúvida era ou é: “rum” é uma palavra derivada do ronco pós-etilismo exagerado? Da espécie: “rrrrruuuuuuuuummmm…”?].

Então eu lhes trarei a resposta a essa pergunta e a outras mais que poderiam advir (“advir” parece vir do nome daquele remédio para dor-de-cabeça, né? – “advir” é o caipirês de “há de vir”: “há de vir a solução”). Agradeço ao site apontado por ter se mostrado uma boa fonte de estudos, inclusive de algumas palavras correlatas, como vocês verão (“verão” vem de… ah, esqueçam).

RUM – esta bebida feita da cana de açúcar parece ter recebido o seu nome do Inglês rumbullion, que viria do Francês bouillon, “bebida forte”, do Latim bullire, “ferver”. Este rumbullion originou a palavra inglesa rambunctious, “agitado, exuberante”, estado inicial comum naqueles que se dedicam ao consumo da bebida.

CERVEJA – vem do Latim cerevisia, de uma fonte gaulesa. Mas parece que a palavra teve sucesso mesmo foi na Península Ibérica (cerveza, em Espanhol), pois os outros países preferem usar um derivado germânico do Latim biber, “bebida”: beer em Inglês, bier em Alemão, bière em Francês, birra em Italiano.

CHOPE/CHOPP – ora, este é o nome que os alemães dão à cerveja não-pasteurizada, isso qualquer frequentador de bar sabe! A Alemanha está cheia de cartazes enormes anunciando Chopp! Não é verdade. Naquele idioma, schopp é apenas o nome de uma medida de volume (300ml). Por incrível que pareça, lá ninguém toma chopp. Com o tempo o nome da medida, em nosso país, acabou passando para esse tipo de cerveja.

SCHNAPPS – já que falamos em bebidas e em Alemanha, esta espécie de gim holandês vem do Alemão schnaps, “gole, bocado”, do Baixo Alemão snappen, “corte ou mordida brusca”.

UÍSQUE – vem do Gaélico Escocês uisge beatha, “água da vida”. Deve ter sido apropriado do Latim aqua vitae, usado para bebidas de forte teor alcoólico desde o século 14. Nos países escandinavos se usa uma bebida aromatizada com ervas chamada akvavit, com o mesmo significado. O uísque americano feito com milho recebeu o nome de bourbon porque foi feito primeiro no condado de Bourbon, no estado de Kentucky.

VERMUTE – do Inglês vermouth, que veio do Alemão wermut, “losna”, planta extremamente amarga (Artemisia absinthium), que é usada para dar gosto à bebida.

VODCA – vem do Russo voda, diminutivo de “água”. Mais exatamente aquela que as aves pequenas se recusam a ingerir.

HIDROMEL – era muito usada pelos heróis das sagas antigas. Pelo menos era o que os escritores diziam. Consistia de uma mistura fermentada de água e mel, como o nome derivado do Grego diz: hydromeli, de hydor, “água”, mais meli, “mel”.

CACHAÇA – tão comum em nosso país, a origem do seu nome não é clara. Dizem uns que veio do Latim catulus, aplicado a animais pequenos, que teria vindo nomear, depois de muitas voltas, o porco velho, o cachaço. Sendo a carne deste dura para se comer, ela precisa ser amolecida com bebida alcoólica para ficar comestível. Desta operação toda, o nome do dono da carne teria passado à bebida. Complicado, não? Outros afirmam que a palavra vem do Latim coquere, “amadurecer, cozinhar, cozer”, referente aos processos de preparação da bebida. O sinônimo, pinga, deriva de pingar, que veio do Latim pendicare, de mesmo sentido. É claro que todas as bebidas pingam; porque é que especificamente esta pegou tal nome é um mistério. Seja como for, ele originou o adjetivo pinguço, de pinga mais o sufixo pejorativo -uço.

Quando se fala em cachaça, ocorre-nos a palavra talagada, “quantidade de bebida que se engole de um trago só”. Esta palavra aparenta vir de taleigada, a quantidade que cabe numa taleiga, antiga medida de volume para azeite ou grãos.

LICOR – do Latim liquor, “líquido, fluido essencial de algo, líquido corporal”. Da mesma raiz que originou liquidus, “derretido, fundido”. Existe um fluido nas cavidades do nosso cérebro que se chama liquor. Não se deve deixar o licor chegar onde está o liquor.

GIM – deriva de genebra, o nome da bebida em holandês. Quando os soldados ingleses estiveram envolvidos em guerras nos Países Baixos, levaram de volta consigo esta bebida, feita com os frutos do zimbro ou junípero. Esta planta era chamada assim por seu apelido latino, juvenes pares, “a que traz a juventude”. Era muito usada para perfumes e bebidas, bem como para ornamentação. A bebida fez sucesso na Inglaterra, onde depois passou a ser feita mesmo sem o zimbro. O seu consumo chegou a constituir um sério problema social.

SIDRA – o Hebraico shekar, “bebida forte”, passou para o Grego como sikera e daí para o Latim sicera. Em Italiano se firmou como sidro, de onde nos veio o nome que foi aplicado a esse vinho espumante feito com maçã. A origem explica esse “S” inicial, que parece tão deslocado aí. A cidra, com “C”, é o fruto da cidreira.

PONCHE – vem do Inglês punch. E esta palavra deriva do Hindustani panch, que significa “cinco”. Isso porque na composição da bebida entravam cinco ingredientes: álcool, água, limão, açúcar e especiarias. Notem a semelhança de panch com o grego penta: não há engano, ambos têm a mesma origem e significado.

BLOODY MARY – é de 1956, usando o apelido de Mary Tudor, rainha da Inglaterra entre 1553 e 1558, responsável pela perseguição que deu morte a muitos protestantes. A associação é apenas pela cor, pois essa bebida leva suco de tomate.

MARGARITA – é uma bebida com tequila, inventada em 1965, usando o nome de uma conhecida do barman, não se sabe se a namorada ou a mãe dele.

PIÑA COLADA – é de 1975 e significa literalmente “abacaxi coado”.

Meus caros Tropeçantes: espero que vocês se mantenham eretos doravante, mesmo após esse post e não se sintam empolgados a ultrapassar a linha de milimetragem de álcool permitida pela nossa legislação para dirigir os seus veículos. Afinal, beber pode ser prejudicial à sua saúde, a seu bolso e o pior: à saúde de quem não tem nada a ver com isso.

Tim-tim (esta é uma onomatopeia, mas isso pode ser um assunto para outro post)!

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Isto é cerveja, Tchê!

Comprei hoje essa maravilha, cujo conteúdo ainda não foi experimentado. Trata-se da cerveja Bagual, uma American Brown Ale da Cervejaria Rasen, de Gramado (RS), produzida em comemoração à semana da Revolução Farroupilha. A comemoração começa pelo nome: bagual, na linguagem gauchesca, significa uma pessoa rude, rústica, grosseira e, ao mesmo tempo, algo que possa ser identificado como bacana, legal, “supimpa”… Por exemplo: essa cerveja é bagual! Um nome de duplo significado para uma só cerveja.

A Bagual é uma bebida cujo álcool eu classificaria de teor médio para baixo (5,2%), feita de malte, lúpulo, levedura e água. Li em sites especializados que é um pouco frutada, o que é próprio das brown ales, assim como deve ter notas de cereais tostados e um sabor caramelado de frente ou ao fundo. Não sei, sinceramente, se a cerveja possui personalidade marcante: acho até um pouco difícil ser uma cerveja inesquecível pelas características gerais (depois eu conto para vocês o que eu achei dela), mas esse é um caso em que, olhando bem a garrafa, convenci-me de que o hábito vale o monge, como um perfume que valesse a pena ser adquirido por sua embalagem inusitada. Realmente, trata-se de uma garrafa lindíssima.

A Bagual nessa garrafa única possui produção limitadíssima – 4.500 unidades – e vale quanto pesa. Despejarei o conteúdo dela copo e goela adentro e não jogarei a garrafa fora, jamais. Mas se você comprar essa belezura e resolver, por qualquer razão descartar a garrafa (pode ser até falta de espaço ou local para expor a garrafa), lembrem-se deste Tropeçante que deu essa dica aqui e, mais do que tudo, amou a garrafa em questão.

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Baco ou Ninkasi?

Confesso que eu tenho um pouco de dificuldade em compreender o porquê de algumas discussões se repetirem em nossas rodas de conversas, sem que elas sabidamente nos levem a algum lugar frutífero. Pior que isso, há assuntos que parecem carregar neles uma expectativa nas pessoas de que, entre duas coisas pré-definidas, você deva preferir necessariamente uma delas em detrimento da outra, como se elas fossem excludentes entre si. OK, vou tentar me explicar melhor. Tomemos como exemplo Ayrton Senna e Nelson Piquet, um debate clássico nas mesas de petiscos e bebidas da vida. As pessoas parecem ter que escolher um ou outro, sem procurar compreender melhor os defeitos e as virtudes (ou parecendo não recomendado fazê-lo) que indubitavelmente há em ambos. Eu, particularmente, admiro Senna e Piquet, que conseguiram a proeza de conquistar não apenas um campeonato mundial de pilotos de F1 cada, como ainda por cima nos brindaram com repetecos, feito que pouquíssimos pilotos no mundo obtiveram em suas carreiras profissionais. Mas não, nessas conversas “profundas”, parece haver uma expectativa geral de que você deve escolher entre um e outro, Senna ou Piquet, sob pena de parecer um “em cima do muro”, sem personalidade definida. Ah! Nem tente falar de Fittipaldi, Villeneuve, Prost, Mansell, Regazzoni e, pecado mortal, Fangio numa hora dessas.

Quadra de Ases: Senna, Prost, Mansell e Piquet

No futebol há inúmeros exemplos parecidos com esse. É o caso de pessoas que comparam Pelé com qualquer outro jogador – preferencialmente Maradona, hipótese em que 100% dos brasileiros dizem ter sido Pelé o melhor deles, enquanto na Argentina o resultado de uma enquete dessas é, com certeza, diametralmente oposto. Seja um maluco e defenda as qualidades do Maradona nesses grupos e você verá todos os seus ancestrais recebendo recomendações para que descansem em paz no quinto dos infernos.

Outro exemplo clássico dos “ame-os ou deixe-os” é o cão e o gato. “Ah, eu não suporto gato, gato é falso!”, dirá aquele que decorou bastante bem a fala da página 15 do Manual de Instruções. “Cachorro é muito idiota, gato é inteligente e misterioso”, dirá aquele que guardou a página 23. Parece que você não deve gostar de ambos, indistintamente. Você pode até não gostar de nenhum deles: “Ah, o Flávio tem opinião firme: ele não gosta de animais dentro de casa e ponto final”, mas se você gostar de ambos – como é o meu caso específico –, parece desiludir as pessoas (“nossa, eu seria capaz de jurar que você não gostava de gatos!”) ou de estar cometendo um crime de traição (“logo você, gostar de gatos…”), ou de ser uma pessoa de personalidade indefinida ou dissimulada (“mas, qual deles você realmente gosta mais? Não é possível gostar dos dois da mesma maneira!”).

Disse isso tudo para chegar onde eu queria: na velha e desgastada discussão acerca das preferências entre vinho e cerveja. Parece haver uma expectativa social de que você tenha que preferir, necessariamente, uma bebida à outra, de maneira excludente, sendo inconcebível você não apenas aceitar beber ambas como, pior ainda, apreciar as excelências das duas bebidas de forma indistinta. Eu sou um apreciador de vinhos, mas nunca abandonei as minhas louras geladas nem, tampouco, nunca deixei de me condenar por não conhecer com maior largueza essa bebida que eu tanto gosto.

É certo que demorou, mas as pessoas parecem ter descoberto que nós somos enganados pelas indústrias de bebidas com essas cervejas pilsen que são vendidas em nosso País como “A” cerveja, como se elas fossem realmente um cervejão que descessem redondas, enquanto elas são apenas a “nº 1” por absoluta falta de opções oferecidas ao público. Era assim (ou que seja, ainda), mas as coisas estão melhorando, ainda que lentamente. O que antes era fruto de iniciativas isoladas, como o saudoso Lo Spuntino do Planalto Paulista e o tradicionalíssimo Frangó, hoje se modificou e há diversos bares em São Paulo onde as cartas de cervejas são “o” chamariz para que você vá até eles e se sente às suas mesas para degustar sabores diversos, desde cervejas ligeiras e inocentes até as encorpadas e potentes, com teores alcoólicos que por vezes se equipara ao do “rival” vinho. Mais do que isso, começam a surgir, aqui e acolá, casas especializadas em cervejas para que você possa escolher algumas bem diferentes das que você costuma beber, para levar para casa e experimentar novas sensações etílicas no aconchego do lar.

Eu fui agraciado por Ninkasi por abrirem bem perto de minha casa, mais precisamente na Avenida Pavão, uma loja da Mr. Beer cujo nome já diz tudo. É extremamente prazeroso perder-se em meio a informações sobre cervejas que você nunca tinha ouvido falar ou, por sorte, que você só tenha ouvido falar sobre, mas nunca havia se deparado diante de uma, pronta para ser embalada para viagem.

Creio que estamos vivendo uma página da história que se vira. As cervejas de qualidade duvidosa estão perdendo (a centímetros por ano, mas estão) o reinado em que elas estiveram presentes de forma absoluta por décadas, por serem incomodadas por um nicho novo de mercado que parece estar saltando do ostracismo para fincar sua bandeira fixa entre consumidores cativos. Pior ainda para a sorte dessas cervejas de arroz e milho que nos são empurradas gôndolas abaixo é o fato de que o público das cervejas premium é o que dizem ser formador de opinião, qualificado e influenciador para o seguimento do consumo. Não sei se é apenas torcida minha, mas eu estou otimista com o andar da carruagem do mundo das cervejas e torço, aqui da arquibancada, que o próximo passo seja o acirramento da concorrência das marcas premium, possibilitando que os preços se estabilizem em patamares mais baixos que os atuais, que ainda assusta muito.

No mais, ontem no almoço eu e a Renata comemos um asado de tira no Parrilla Ladrillo, aqui em Moema, acompanhado de um honestíssimo vinho uruguaio Cisplatino, um tannat e merlot 2010 da bodega Pisano que corrigia, na boca, a gordura da costela bovina. À noite, tomei mais umas duas ou três taças de um Porca de Murça tinto, um português também honesto para o dia-a-dia, assistindo a um bom filme na televisão. Mas acabei de me lembrar de que a minha geladeira está totalmente desamparada de cervejas… Preciso passar no Mr. Beer e adquirir mais algumas preciosidades que eles têm à venda lá. Nada como compreender os gregos e os troianos e gostar de ambos, exatamente do jeito que eles são.

PS: Sobre o título desse post, Baco, como se sabe, é o deus do vinho na mitologia romana (o “Dionísio” da mitologia grega). Ninkasi, por sua vez, é considerada a deusa da cerveja, de acordo com a mitologia suméria. Nesse caso, sou um politeísta confesso.

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Não foi tempo perdido

TEXTO DE RENATA CAVALCANTI

“Todos os dias quando acordo,
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo”.

A vida tem a mania de nos fazer tropeçar diariamente, é um tropeço atrás do outro, mas cabe a nós a maneira de como se levantar e seguir em frente. Às vezes, pra se levantar, é preciso esperar um pouco, respirar, juntar forças, descansar, dar um tempo, e então, novamente, se reerguer.

Tempo é uma coisa bem engraçada, um minuto pode demorar horas e um ano pode passar em um segundo. Relativo, depende da intensidade com que se está vivendo o tempo naquele momento. Um minuto à beira de um precipício, esperando por ajuda, demora uma eternidade, três meses viajando pelo mundo e conhecendo lugares fantásticos, demora apenas um minuto.

“Todos os dias antes de dormir,
Lembro e esqueço como foi o dia
Sempre em frente,
Não temos tempo a perder”.

Há quase um ano o nosso tropeçante desse blog está descansando dos seus textos deliciosos, que tanto nos encantam com seu bom humor e suas informações sobre boas bebidas e comidas, uma das melhores coisas dessa vida.

Nosso tropeçante precisou, nos últimos meses, desse afastamento, precisou dar um tempo. Tropeçou de outros jeitos e precisou de um tempinho para se levantar novamente, literalmente.

Depois da sua última cirurgia, que quase o derrubou de vez, e lhe rendeu 40 dias de internação, seu foco foi sua saúde, foi levantar-se novamente, foi a luta pela vida. O que tem feito com muita maestria.

Descanso, eu disse descanso??? Que nada. Nestes últimos meses ele reagiu com toda a força que, hoje, lhe é característica e foi descoberta nos últimos dois anos, uma energia surpreendente, que nem ele e nem ninguém sabia que ele tinha. Então, voltou a andar, voltou a sair, voltou a trabalhar, voltou a receber os amigos, voltou a ter uma qualidade de vida melhor, bem melhor. Tudo devagar, ao seu tempo, mas com conquistas comemoradas a cada dia, bênçãos que são reconhecidas e agradecidas, uma a uma.

“Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo”.

Assim como uma boa comida tem o tempo certo de preparo pra ficar ao ponto e um bom vinho precisa de tempo para amadurecer em barris de madeira, nosso tropeçante também precisou.

Temos nosso próprio tempo”.

O Tropeços de um Gourmet, quando foi inaugurado, em janeiro de 2011, era mais do que um blog, foi criado para ser uma válvula de escape, um espaço para esquecer um pouco os pedregulhos (digo, montanhas) encontrados pelo caminho e tornou-se um espaço de encontro para os amigos. A partir de agora ele estará de volta a esse blog, escrevendo, refletindo e nos divertindo com suas dicas gastronômicas e seu bom humor. Falando de comidas, bebidas, de bons restaurantes e de seus tropeços por essa vida.

Essa volta faz parte de um novo ciclo. Então brindemos à volta, brindemos à Vida e ao tempo, que tem sido tão generoso.

“… Nem foi tempo perdido. Somos tão jovens…”

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O filho à casa torna

Meus amigos Tropeçantes:

Eu não consegui produzir anteriormente posts para avisá-los sobre a necessidade de eu me afastar temporariamente do blog por conta de tratamentos a que tive que me submeter, nem tampouco eu os atualizei acerca desse meu afastamento. Mas o meu desejo, nesses sete meses de ausência, foi invariavelmente o de retornar a escrever aqui, mas eu não conseguia: num primeiro momento, por força de minha recuperação; a seguir, por eu ter retomado o meu trabalho de advogado em escritório próprio, o que me tomou muito tempo e me demandou bastante esforço (e gerou-me um cansaço de proporções iguais); e, ultimamente, por uma grande dificuldade em escrever um primeiro post que anunciasse o meu efetivo retorno ao “Tropeços”. De fato, faz cerca de dois ou três meses que, por razões que a minha razão desconhece, tento escrever aqui nesse espaço sem qualquer sucesso. Qualquer rabisco que eu me atrevesse a fazer em meu computador tentando desatolar os meus pensamentos ficava-me parecendo garrancho. Insisti, insisti, insisti e… desisti de fazer registrar com os meus próprios punhos a minha volta.

Mas eu tinha um “Plano B” que estava dormindo comigo faz alguns dias e resolvi executá-lo, dada a minha incapacidade súbita e inesperada de postar sobre a minha volta. Assim é que eu pedi à Conselheira-Mor do meu site, a Rê, para fazer as honras de me ajudar nessa tarefa e escrever um post, em meu lugar, marcando o meu retorno. É horrível sentir-se qual uma baleia encalhada em pleno lago Paranoá ou como um motorista de caminhão com seis metros de altura que entalou, desavisadamente, embaixo da Ponte Eusébio Matoso às cinco horas da manhã. Era como eu estava me sentindo e a Rê, caridosamente, aceitou guinchar-me de onde eu havia me atolado.

O texto que a Rê produziu para mim, ou melhor, para nós, virá logo mais. Eu não tenho como agradecer a ela pelo apoio e incentivo a esse blog ao longo do tempo – inclusive durante o meu afastamento daqui. Desde o começo ela auxilia esse (p)(n)obre cavaleiro a montar esses Cavalo chamado Tropeço, evitando deixá-los tropeçar. É o que ela faz agora, mais uma vez, por mim, assumindo pela primeira vez as rédeas desse blog: ela fará a montaria para anunciar a minha volta.

Bem, eu só posso brindar com vocês o meu retorno! Viva, saúde, tintim e bom apetite a todos!

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O Google e as panquecas (as americanas e as brasileiras)

Está divulgado no UOL de hoje, 18.12.2011, domingão de peixe na brasa regado a vinho espanhol: Nada de arroz ou brigadeiro de colher: o que o brasileiro busca aprender no Google é como fazer panqueca. Isso mesmo. O site de buscas Google divulgou,  a lista dos assuntos mais procurados em seu site pelos internautas durante o ano de 2011 e o UOL trabalhou hoje (superficialmente, é verdade) em cima dos resultados divulgados, dando atenção especial aos resultados na área conhecida como How To (isto é, buscas do Google feitas pelos internautas com a sintaxe “como eu faço para”), de forma a revelar o que os brasileiros estariam tentando aprender a fazer na cozinha, segundo as buscas feitas no Google durante o ano que agora se finda.

A resposta para esse “How To” de nossa cozinha, no mínimo, espanta. Vou pegar carona nas palavras do jornalista do UOL, Guilherme Tagiaroli, para explicar o que causa tal espanto: “Se alguém perguntasse a qualquer brasileiro qual é a comida que o povo daqui mais busca saber como faz, imagino que a maioria das respostas tenderia ao de pratos comuns como arroz, feijão ou mesmo como fazer brigadeiro. Porém, o único prato presente no TOP 10 de buscas do How To é PANQUECA, que ficou em 9º lugar entre os itens mais procurados. E não é qualquer tipo de panqueca não. Os brasileiros que buscam no Google querem fazer aquelas panquecas americanas”, o que significa dizer, aquelas feitas em várias camadas e cheias dos mais diversos acompanhamentos que entremeiam e escorrem pelas bordas da iguaria.

O jornalista esgota o seu espanto por aí, com esse inusitado resultado divulgado pelo Google. Eu estou com vontade de pensar um pouco mais. Será fato que uma maioria (relativa, que seja) de nós, brasileiros, quer saber como fazer panquecas americanas? Não, não que elas sejam ruins, muito ao contrário. É até uma ótima idéia pensar-se em panquecas doces como maneira de variar os nossos lanches e sobremesas. Mas, eu acho muito inusitado os brasileiros quererem aprender a fazer panquecas americanas mais do que qualquer outra comida, doce ou salgada, entrada ou principal, sólida ou líquida etc., que possa povoar a nossa cozinha.

O meu espanto se sobrepõe ao do jornalista do UOL e questiono além: será que não tem “gato” nessa divulgação do Google, não? Será que não houve algum erro de tradução no meio da receita? Ou devo mesmo crer que as panquecas americanas são (desde janeiro, estatisticamente) o prato #1 nas buscas que aqui fazemos e, suponho, são elas as novas estrelas de nossas cozinhas, muito embora eu não tenha ouvido ninguém falar sobre panquecas nesse ano de 2011? Não que eu duvide da integridade do Google, mas… você também não acha isso estranho? Se ainda nós tivéssemos uma novela em que a atriz principal possuísse uma panquecaria, ou se o BBB, ou a Ana Maria Braga, ou “A Fazenda”…, tivessem investido em algo que justificassem o nosso súbito interesse por panquecas…

O assunto não é para tanto e não pretendo fazer, aqui, um alarde com base em alguma teoria da conspiração, mas não consigo imaginar que raios de interesse teria o Google em divulgar que nós, brasileiros, queremos muito aprender a fazer panquecas americanas, sem que isso seja verdade. Ô, que mentira besta que seria essa, sô! Mas, apesar da bizarrice do tema, acho justo eu ter o benefício da dúvida e, em nome desta, e por amor à nossa fama gastronômica (vamos lá, há coisas bem mais interessantes para se pesquisar no Google do que “panquecas americanas”!), declarar aqui que eu apoio, desde já, um imaginário e eventual movimento que tenha por bandeira reclamar do Google uma “recontagem de votos”, para sabermos, de fato, qual prato nós, brasileiros, estaríamos interessados em aprender a cozinhar de acordo com as buscas realizadas no referido site, neste ano de 2011. Vamos passar essa ficha a limpo!

Não escondo até que, nesse instante, sinto um certo orgulho tupiniquim que me faz defender os interesses de nossos acarajés, vatapás, feijoadas e, acima dos demais, as nossas irresistíveis tapiocas, estas que são as nossas deliciosas e imbatíveis panquecas, por excelência e tradição. Quantas buscas foram feitas por nós com o verbete “tapioca”? Foram mais ou foram menos do que as buscas por panquecas americanas? Eu mesmo fiz (no chute) quase uma dezena, esse ano, sobre a nossa tapioca. Não me recordo de ter feito uminha sequer sobre panqueca americana, mas, vá lá, vai uma pesquisa de lambuja, que pode estar escapando alguma da minha conturbada memória.

Para encerrar, a minha curiosidade me fez colocar o verbete “tapioca” no quadro de buscas do Google. E não é que surgiram, diante de meus olhos, a bagatela de 1.800.000 sites sobre tapioca para alimentar a minha curiosidade degustativa? Por outro lado, a palavra “panqueca” apareceu “só” em 1.010.000 sites, ou seja, o mesmo Google fornece 790.000 resultados a menos para as panquecas. Gente: é muito site de diferença a favor da tapioca, faça-me o favor… Acredito que isso é indício suficiente para se começar um movimento “pró tapioca” ante as “panquecas americanizadas”, quando o assunto vier a ser um “How To” gastronômico, estando as duas iguarias frente-a-frente no ringue googliano.

Enfim: não acredito que as panquecas estejam à frente das tapiocas nas pesquisas que os brasileiros fizeram no Google em 2003, 2005 ou 2011, visando “How To”, “To Be or Not To Be” ou damned o objetivo da pesquisa que tenha sido feita. As panquecas não estão com essa bola toda, pelamodedeus, e não é preciso ser nenhum entendido gastronômico para enxergar isso. E digo mais: por causa dessa matéria do UOL e desse post, essa minha desconfiança ou resistência quase quixotesca, que aqui fui desenvolvendo conforme a minha indignação quis tomar conta das linhas escritas, virá teimosamente à minha lembrança toda vez que eu olhar, nas feiras e pelas ruas de São Paulo, aquelas barracas com mesinhas e cadeiras de ferro ou aquelas “kombis” vendendo café, caldo-de-cana e tapiocas – e não panquecas americanas – para saciar a fome de tanta gente que vem e que vai, antes de fazer as suas compras, de pegar no batente e seguir a rotina do trabalho ou para cumprir a hora santa do almoço, com uma bela de uma  tapioca salgada para fazer as honras de prato principal e outra doce, para complemento assaz suficiente desta refeição tão nossa, tão nossa… que simplesmente não consigo me conformar com a divulgação do Google – seja como internauta, como gourmet e como brasileiro que sou.

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Ora (direis) comer estrelas…

Hoje, lendo o e-jornal “Migalhas Jurídicas”, vi-me diante de Olavo Bilac,  poeta que dispensa apresentações e comentários. Isso é, antigamente dispensava… Do jeito que as coisas andam, é capaz que pensem que “Bilac” é erro de datilog… ops, de digitação, que o nome correto seja Olavo Bilau, ancestral de Pedro Bilau, o tal do protetor solar e dos Big Brothers Brazucas. Ah, Bilau ou Bial, tanto faz… Quem é que está preocupado com esses pequenos detalhes hoje em dia!

Pois Olavo Bilac, que ao que me consta nada tem a ver com Pedro Bial, o jornalista, era um poeta (e também jornalista, saliente-se) que realmente dispensa maiores comentários como tal, mas que, no que se refere a apresentações de suas credenciais, pode-se acrescentar que aos quinze anos de idade recebeu autorização especial para cursar medicina, é autor da letra do Hino à Bandeira nacional, foi co-fundador da Academia Brasileira de Letras e, pasmem!, foi o primeiro brasileiro a causar um acidente de trânsito, ao perder o controle de um “Gardner-Serpollet” (de propriedade de José do Patrocínio, o “Abolicionista”) e batê-lo a surpreendentes 3 km/h contra uma árvore (que se partiu, acreditem…) na Estrada da Tijuca, no Rio de Janeiro, em 1897.

Um Gardner-Serpollet, no provável modelo guiado por Bilac no acidente da Tijuca

Pois Bilac está aqui merecendo encômios e honrarias no Tropeços, por ter feito um astuto comentário que hoje li no Migalhas a respeito de comida e dos juízes de direito, que eu, apesar de meus vinte e cinco anos de advocacia (cruzes!), nunca havia atentado, mas creio que se trata de uma verdade que paira sobre os nossos tribunais há mais de cem anos. Pois então,  disse o poeta, ou, de outra sorte, “Senão, vejamos”, como gostamos de dizer nós, os advogados:

“Já alguém disse que as decisões de muitos juízes dependem da qualidade do almoço que eles comeram antes de seguir para o tribunal. Um fígado que se congestiona, um estômago que não funciona com regularidade, um dente que dói, um calo machucado, podem ser às vezes a origem de erros judiciários terríveis…”.

Creio que Bilac, além das credenciais que eu já citei, deve ter sido também advogado sofredor das mazelas judiciais ou, então, um juiz de direito maltratado pelo estômago em momentos precedentes às audiências e às enunciações de sentenças. Ou, talvez ainda, tenha tido inexplicável má sorte no processo em que deve ter sido réu pelo acidente automobilístico que causou na Tijuca.

Mas, seguramente, Bilac sabia do que estava falando a respeito destes homens que vestem a toga e que, quando maltratados pelo estômago, tornam-se capazes de cometer a pior das atrocidades que se pode atribuir a um Poder Judiciário: a culpa do próprio juiz, por uma sentença mal pronunciada à luz das leis, ainda que sob as escusas de fígados, jilós ou quiabos malfeitores do aparelho digestório de Sua Excelência.

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O que cortar para emagrecer?

Vale pelo bom humor (negro) do bottom:

 

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E a vida continua imitando a arte: Cerveja Duff

As figuras extraídas do desenho Os Simpsons que ilustram esse post, têm em comum o hábito que Hommer Simpson parece mais apreciar nele: beber cerveja. Hommer notabiliza-se por ser um cliente fidelizado não apenas do Bar do Moe – pois este aceita as suas invariáveis “penduras” -, como também da marca da cerveja que ele consome: a cerveja Duff. Talvez seja até pelo preço da cerveja que é cobrado no desenho ou, então, que seja um caso de monopólio imposto pela Fox. Não importa. A cerveja oficial d’Os Simpsons é a Duff.

E não é que a Cerveja Duff está sendo lançada no Brasil, ao vivo e a cores? Fabricada pela catarinense SaintBier, responsável também pela artesanal Coruja, a cerveja já existe em alguns países, como Espanha, Chile e Colômbia. Ao contrário do que se poderia supor, a cerveja Duff não é um produto licenciado pela Fox, que detém os direitos relativos ao desenho animado, mas sim de um mexicano de nome Rodrigo Contreras. Na Europa, a Duff é feita pela belga Haacht Beer, enquanto no Brasil a marca foi cedida à microcervejaria SaintBier, onde receberá uma fórmula de puro malte, para obtenção de um sabor mais leve e especial, tentado alocá-la em uma linha premium do mercado.

Na cidade de São Paulo, vinte e oito estabelecimentos receberão a novidade já nesses próximos dias, tais como Asterix, Tribeca Pub, Varanda, Manifesto Rock Bar, London Station, The Wall Street, Bierboxx, Sagarana, Villa Bamboo e Santa Cerva. Agora, resta-nos a árdua tarefa de saber se, no que se refere a cerveja, Hommer Simpson tem razão ou não em passar horas seguidas no bar do Moe, afogando suas alegrias e mágoas com litros de Duff.

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A taça do espumante brasileiro

Caros Tropeçantes,

Todos sabemos que o espumante brasileiro está em alta, tanto no mercado interno quanto no internacional. Há diversos fatores que levaram a nossa champagne a esse patamar de qualidade – e outros aspectos a serem ainda melhorados, inclusive preço -, mas não é o meu escopo debater essas questões agora. Um vinho que ganha patamares de excelência merece ser sorvido em uma taça que lhe seja devidamente apropriada.

Há cerca de dois anos, a Associação Brasileira de Enologia – ABE, a EMBRAPA e a afamada cristaleria Strauss desenvolveram, em conjunto, uma taça para degustação desse nosso vinho emergente, de forma a realçar, tanto quanto possível, as suas notas de qualidade.

Pesquisando o assunto, encontrei um artigo bastante interessante no endereço http://www.dihitt.com.br/barra/a-taca-do-espumante-brasileiro, o qual reproduzo abaixo em sua íntegra, que traz mais detalhes sobre o desenvolvimento da “nossa” taça. Estou colocando também para vocês uma foto da dita cuja, para que vocês não se enganem e acabem comprando uma taça para espumante paraguaio no lugar do recipiente apropriado para o borbulhante brazuca…

Vamos ao artigo e à foto, que está logo abaixo. Tim-tim!

A peça nasceu como fruto de um esforço capitaneado por Associação Brasileira de Enologia (ABE), Embrapa Uva e Vinho e Cristallerie Strauss S.A.. Reforçar as características sensoriais específicas aos espumantes brasileiros típicos – seus aromas delicados, com notas de frutas cítricas, maçã verde e, às vezes, sutil abacaxi e seu frescor, nitidez e fineza à boca –, fortalecendo sua identidade, é o intento do projeto. A observação é do chefe-adjunto de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Celso Zanus.

Para chegar ao formato final, a ‘Taça do Espumante Brasileiro’ passou por um minucioso processo, que durou três meses, envolvendo dezenas de pessoas, entre enólogos, pesquisadores, representantes de entidades do setor, profissionais da indústria vinícola e consumidores. Inicialmente, o grupo analisou visualmente 26 modelos de taças, focando, principalmente, a definição do traço ou desenho principal, considerando-se estética e modernidade dos tipos. Depois, em condições de laboratório, fez-se a avaliação de funcionalidade das seis taças melhor pontuadas na etapa anterior. Aqui, os profissionais foram solicitados a analisar a qualidade da taça em uma situação real de prova, com um espumante com as características sensoriais e tipicidade da produção nacional. Por fim, da segunda etapa foram selecionadas duas taças que apresentaram maior pontuação, praticamente empatadas. Das observações obtidas, decidiu-se promover pequenos ajustes nas dimensões de altura e diâmetro de bojo destas duas peças, de forma a encontrar a taça mais adequada – para o que foram levados em conta critérios técnicos relacionados à confecção apontados pelos especialistas da Strauss. O artefato decorrente do processo foi testado novamente pela diretoria da ABE, que confirmou sua adequação técnica para a valorização das características do espumante brasileiro.

Confeccionada artesanalmente em cristal, a peça apresenta linhas finas e elegantes, um bojo sinuoso, que valoriza a observação da efervescência, e uma boca estreitada, que concentra os aromas e favorece o encaminhamento da bebida ao paladar.

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Celebridades à palito (18)

“A primeira medida para reformar a gestão hospitalar? É fácil! A morte de todos os nutricionistas e a ressureição de um chef francês!” (Martin H. Fischer, 1879-1962, médico e escritor nascido na Alemanha, naturalizado norte-americano).

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Cuca (ou kuchen, para os íntimos)

Dentre os bens que herdei de minha mãe (todos simbólicos) estão as suas valiosíssimas receitas: estou com um dos caderninhos escritos à mão por ela, enquanto o outro está com a Cláudia, a minha irmã, esperando o meu retorno pós-tratamento à minha casa, para entrega, deleite e elaborações. Dentre essas receitas herdadas, temos uma imbatível “cuca” (kuchen) que, para nós, tem sabor de infância, algo próprio do DNA de minha mãe, alemã de nascença que era.

Enclausurado aqui no Hospital Santa Catarina, vi pela internet que fomos brindados, no correr desta semana, com um artigo bem bacana sobre kuchen, publicado no blog da equipe do Paladar, do Estadão (“Deixe a Cuca Fresca”, no endereço eletrônico http://m.estadao.com.br/noticias/suplementos%20paladar,deixe-a-cuca-fresca,4704.htm).  O artigo se desenvolve dando ênfase aos preparos feitos no sul de nosso País, especialmente na gaúcha Santa Cruz do Sul (onde a kuchen é feita alta, à moda dos pães e não dos bolos), cidade que pretende se estabelecer como sendo a capital nacional da kuchen. O texto prossegue com uma entrevista com a pesquisadora Lisse Bender Azambuja, até desembarcar em uma receita de kuchen de maçã. Quem quiser, acesse a receita fornecida na matéria que se encontra no endereço indicado acima. Estou postando para vocês uma outra receita, de uma kuchen de banana, que (confesso) ainda não testei, mas tenho-a guardada esperando o momento oportuno para fazê-la e que, estivesse eu liberto hoje das amarras hospitalares, creio que o dia teria chegado.

Antes de passar-lhes tal receita, recordo-me de supetão de uma propaganda antiga de lingerie de bastante sucesso dos anos 70 (os quarentões e acima disso vão se lembrar dela), na qual Clodovil exclamava, ao final, que “se eu fosse você, só usava Valisère”. Pois é, não sei porque fui me lembrar dessa propaganda um tanto quanto tosca para ligá-la ao nosso tema, mas gostaria de parafrasear os ditos do finado estilista/deputado, que não mudou Brasília em absolutamente nada, que, se eu fosse você, faria essa kuchen com a pressa própria dos famintos de estômago e de lembranças, pronto para rememorar, em breve, com candura, de dias de infância que nem precisam estar propriamente ligados à Alemanha – basta entremear o ato por aquela nostalgia infantil gostosa, que independe de raízes ancestrais, que se faz recheada de geléias, biscoitos, bolos e pães doces, universo de encanto que sempre receberá, de braços abertos, uma kuchen feita em sua casa com o carinho que só a sua mãe e a sua avó saberiam lhe dar.

Foto da kuchen da receita abaixo

 

Kuchen de banana com farofa
Rendimento:
1 cuca (20 cm x 25 cm)
Tempo de preparo: 2 horas

Ingredientes
Massa
1 colher (chá) de fermento biológico instantâneo (5g)
3/4 xícara (chá) de água (150ml)
10 colheres (sopa) rasas de açúcar (100g)
1 ovo inteiro
5 colheres (sopa) de manteiga (60g)
Raspas de limão a gosto
2 xícaras (chá) de farinha de trigo (250g)
Uma pitada de sal

Farofa
2 xícaras (chá) de farinha de trigo (250g)
2 xícaras (chá) de açúcar (320g)
12 colheres (sopa) de manteiga (150g)

Recheio
5 bananas nanicas ao ponto
Açucar a gosto


Modo de preparo
Massa
Em uma vasilha, dissolva o fermento na água. Em seguida, junte o açúcar e deixe descansar por alguns minutos. Acrescente o ovo, a manteiga e as raspas de limão. Por último, adicione a farinha de trigo e o sal e misture até que a massa fique homogênea, mas com consistência mole, desgrudando dos dedos. Coloque a massa em uma fôrma untada e polvilhada (20 cm x 25 cm) e deixe crescer de 30 a 50 minutos.

Farofa
Junte a farinha de trigo, o açúcar e a manteiga em uma vasilha. Agregue-os usando as pontas do dedos. Misture tudo até obter uma farofa úmida e solta. Atenção! Não misture demais a farofa ou ela virará uma pasta, que não é o que queremos…

Recheio
Corte as bananas em rodelas. Se preferir, polvilhe um pouco de açúcar, mexa e reserve.

Montagem
Depois de crescida a massa, coloque as bananas cortadas em rodelas. Por último, cubra a fôrma com a farofa. Leve para assar por cerca de 30 minutos, em forno pré-aquecido a 150º C.

A küchen é bastante versátil e casa bem com os nossos ingredientes tropicais. Além da tradicionalíssima de maçã, você pode tentar com morangos, abacaxi, coco… Ou mesmo sem frutas, dando lugar ao streuselkuchen. Só não pode ser nada excessivamente úmido, para não embutumar a massa.

Agora é só comer, de preferência no mesmo dia, seja pela frescura do sabor, seja para aplacar a fome das lombriguinhas, que a essa altura… coitadas!

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Bolo Tres (ou Cuatro?) Leches

Claro que, nesse mar de impossibilidades e correrias, eu e a Rê precisamos nos socorrer, a cada instante, de pequenos oásis que aparecem ou que se formam, por milagre, à nossa frente, para tornarmos o nosso cotidiano o mais suave (im)possível. Nesse quadro, a gastronomia continua ocupando o nosso imaginário, seja nos elogios ou nas críticas à comida “do” hospital, à comida “de” hospital, ou sorvendo as séries especializadas que tropeçam em nós nos zapeamentos da TV a cabo do quarto, passeando na internet, relembrando-nos de algo…

Foi assim que, ontem, procurei sarna para me coçar e fui fuçar, pela primeira vez desde que saí da UTI, o blog do Paladar (http://blogs.estadao.com.br/paladar/) e me deparei com um texto delicioso da Janaína Fidalgo, publicado no último dia 29, chamado “Com quantos leches se faz um bolo?”. A Janaína nos dá a receita de um bolo do tipo “eu gosto”, qual seja, um bolo úmido, gelado para os dias de calor que haverão de vir, de massa simples e execução mais do que fácil. Interessantíssimo o passo final, o qual consiste na reunião entre massa e leites, perfazendo o produto final a ser levado glutanicamente à boca (é o que eu faria, independentemente de minha situação gastronômico-claustrofóbica santa catarinística em que eu me encontro).

Enquanto eu fico à volta de alguns pedaços de bolo de fubá que, bissexto-anualmente, aparece por aqui acompanhando o café da tarde ou o chá da noite, passarei a vocês a receita do bolo da Janaína, junto com o texto escrito por ela no blog do Estadão, que achei bem legal quanto ao espírito para acompanhar a guloseima, reservando-me, porém, o direito de não ser rotulado, por vocês, de ganha-quilos logo nesses meses que precedem o verão e as exigências de silhuetas próprias das férias da época. Vamos lá (a foto imediatamente abaixo é original, que vai no blog do Paladar).

“Cedo ou tarde a gente paga a língua. Pequena ainda, quando nem sonhava que um dia ia gostar de cozinhar, não entendia a obsessão da minha mãe com algumas receitas. Eram dias, semanas, meses comendo a mesma rosquinha, o mesmo bolo, a mesma torta. Como se nenhuma outra ideia viesse à mente dela. Até que os queixumes aumentavam numa escala insuportável, e ela mudava para parar de ouvir: “pudim-de-pão-de-novo-mãe?”.

Agora me vejo reproduzindo a mesma mania. E coincidentemente tem acontecido com sobremesas, que nem gosto muito de fazer. Foi assim com a torta de caramelo salgado, depois “trocada” pela torta de ricota com frutas vermelhas, que perdeu o posto recentemente para o tres leches. Desconfio o motivo, mas isto é uma outra
história.

Comi pela primeira vez este bolo da foto aí de cima numa viagem à Colômbia, mas disseram-me que ele é feito em vários países latinos. (Lá, costumam cobrir com merengue italiano ou chantilly. Fica mais bonito, mas este sabor “a mais” é desnecessário). Desde então a geladeira de casa anda monotemática e arrancando sorrisos quando tem tres leches e mimimis quando não tem.

Tres leches é para quem gosta de bolo bem molhado e bem gelado. Dá para fazer com qualquer receita de bolo esponja, ou chiffon. A massa tem de ser bem leve e furadinha, para absorver a mistura de leches. É daquelas sobremesas que faz a gente ter vontade de sair correndo pra casa quando lembra que ela está lá, sozinha, todinha para você. E lá se vão duas ou três fatias generosamente encharcadas com uma carga adicional de líquido, roubado do fundo do vasilha com concha de feijão, a maior que tiver, porque assim é a vida do guloso feliz. (Ah, o meu virou cuatro leches porque coloco um tico de leite de
coco por minha conta.)

Tres leches (ou seriam cuatro?)
A massa:
5 ovos
1 xícara (chá) de farinha de trigo
1 xícara (chá) de açúcar
1 colher (sopa) de fermento em pó
1 fôrma de buraco grande untada

Os tres (ou cuatro) leches:
1 lata de leite condensado
1 lata de creme de leite (fresco, de preferência)
2 latas de leite
2 xícaras (café) de leite de coco

Bata as claras em neve na batedeira. Quando estiverem bem firmes, junte as gemas e bata até a massa ficar homogênea. Tire da batedeira e acrescente, aos poucos e delicadamente, a farinha, o açúcar e o fermento. Despeje a massa na fôrma untada e asse em forno previamente aquecido a 200°C. Desenforme ainda morno em uma vasilha funda, que comporte uma grande quantidade de líquido e reserve. No liquidificador, bata o creme de leite, o leite condensado, o leite e o leite de coco – este é por minha conta, acho que dá um toque gostoso. (Se quiser, você pode aromatizar a mistura com fava de baunilha, ou fazer uma infusão com cumaru ou amburana. Mas, deverdade, nem precisa.)

Jogue a mistura de “leches” sobre o bolo, aos poucos, para que a massa consiga absorver boa parte dela. Leve à geladeira e se entregue aos tres leches assim que ele estiver bem gelado!”

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Tempos Modernos: Halloween

Do “The New Yorker” desta semana, a dica de praticidade para o seu Dia das Bruxas: “Eu faço grandes porções e congelo”!

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Amor, Alimento, Alma, Vida… Vocês.

Meus caros Tropeçantes, estou replicando aqui o que escrevi há instantes no Facebook sobre o quanto vocês alimentam o meu espírito de seu nutriente mais fundamental, o AMOR, sendo esta a principal – ou talvez a única – razão deste post estar sendo aqui replicado: vocês são veículos e alimentos da minha ALMA. Da minha vida.

No AMOR descabem dívidas, então não me cabe dizer-lhes obrigado, seja individual ou coletivamente, por tudo aquilo que é do mais pleno conhecimento de vocês sobre as experiências que tenho vivido, com a graça deste bom e glorioso DEUS que nos reina, experiências essas que dispensam ser ditas por mim – como se possíveis fossem ser ditas, na verdade -, nesta seara virtual. Mas, posso expressar-lhes …esse meu sentimento, o AMOR, que embora possua uma fonte e um caráter inegavelmente universal, necessita ser urgentemente, despudoradamente compreendido nesse sentido coletivo e individual, especialmente na seara do nosso ESPÍRITO. AMO-OS, subjetivamente, pelo que vocês representam a mim e pelas vivências e bons caracteres que acrescentam à minha vida, essa vida que vocês demonstram incessantemente e da maneira mais sublime o quanto vale a pena ser vivida, de todo e qualquer modo, pois de todo modo ela é DIVINA. AMO-OS a todos e a cada um, especificamente – mas jamais apenas! – pelo que têm me melhorado nesses tempos de aparente sofridão, de leda aparência de dor, mas de induvidosa escalada rumo a esse desejo e sede infinitos por esse esse mesmo AMOR. Por isso, repito apenas que AMO VOCÊS. Beijos eternos, ternos, serenos, satisfeitos, encorajadores e cada vez mais sendentos de vocês, de minha alma às suas. Sempre e para sempre, com as benfazejas bênçãos de DEUS.
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Chefs Especiais

Um vídeo que mostra como explorar o seu potencial com amor e sabedoria, porque você é um ser especial:

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Feitos um para o outro

 

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Alho negro: a jóia negra da cozinha

Eu já conhecia o alho negro, há um bom tempo, de ler e ouvir falar. Para quem ainda não teve a mesma chance que eu tive, vamos lá. Para começar, o alho negro não é uma nova espécie de alho, mas sim o nosso velho e bom alho de sempre (Allium sativum) submetido a um peculiar processo de envelhecimento e fermentação, o qual lhe proporciona, ao final, alteração de cor, textura, aroma e sabor do bulbo que sempre compramos em nossas feiras e supermercados.

Apesar de soar como novidade, o uso do alho negro na cozinha é milenar e deita as suas raízes no oriente, embora a sua paternidade precisa seja disputada a tapa entre japoneses e coreanos (e, muito provavelmente, entre coreanos do norte e do sul – mas, aí, dada a beligerância histórica entre estes, os tapas sejam provavelmente substituídos por soluções mais explosivas do problema). Por falar em explosão, pode-se dizer que o boom do alho negro nos tempos atuais se deva, em grande parte, à influência crescente da cozinha espanhola nas panelas mundiais, já que Ferran Adriá, o chef catalão que todos
queriam ser (mas que poucos chefs confessam o fato), foi apresentado ao alho negro anos atrás, quando em trânsito por terras nipônicas, recebendo a sua aprovação imediata, assim como imediata foi a inserção do ingrediente na cozinha de seu El Bulli. Aí ficou fácil para o alho negro alcançar o estrelato há tanto tempo almejado.

Embora eu o conhecesse (o alho, não Adriá ou o seu restaurante), não havia sido apresentado ao dito cujo até pouco tempo atrás, quando o Zeca, o meu irmão de Santa Catarina, mandou-me alguns exemplares adquiridos diretamente da produtora rural Marisa Ono, a pioneira do alho negro nos prados tupiniquins. Porém, esses alhos tiveram a infelicidade de zanzarem prá cima e prá baixo antes de chegarem às minhas mãos, de sorte que tive azar e fui apresentado a eles, hããã… digamos assim, de certa forma desconfigurados (digamos que eles estavam sendo submetidos a um novo processo de fermentação não testada nos milênios antecedentes). Agora, há uns dez dias, a Cláudia, a minha irmã daqui da Paulicéia mesmo, comprou-me uma cabeça da produtora Rossi no tem-quase-tudo Mercado Municipal. Este não me escapa, pensei, pondo-me logo a matutar sobre qual prato fazer com a jóia negra (jóia, sim, uma única cabeça custa R$ 12,00 no Mercadão, quase o preço de uma réstia de alho comum!), buscando uma fórmula que a privilegiasse como ingrediente-estrela a que faz jus.

Conversando com a Rê, chegamos rapidamente ao consenso de fazer uma massa, tipo spaghetti ou congênere, com alguns poucos ingredientes a mais e só. Pensei em fazer a massa com camarões e lulas, não ao acaso. A lula, em homenagem ao apelido de nosso ex-presidente da República e o camarão, à sua cabeça (rsrs, perco a pátria até, mas não perco a piada!). Pronto! Estava acertado o nosso prato.

Mãos à massa, fizemos o manejo do alho negro sem picotá-lo todo. Nada disso. Não poderíamos sair, assim, talhando impunemente o presente da Cláudia. Pegamos o bulbo (que por fora, inteiro, até se parece com o alho comum, com as cascas um pouco mais envelhecidas e douradas) e cortamos os dentes em um traço único, pela metade (como delatam as fotos postadas), revelando assim o interior negro dos dentes, a sua consistência mole.

O prato que fizemos, o tagliatelle à ex-Presidente (rsrs de novo) não tem uma receita certa, vai meio que a olho (e à mão) mesmo, sem uma tática definida, acreditando no potencial dos jogadores que vão a campo. Usamos uns 300gr de camarão descascados e limpos e uns 200gr de lulas em anéis, para 200gr de um tagliatelle de respeito, italiano,
como sói acontecer. Massa feita como de praxe, al dente. Fritamos uns alhinhos comuns, desses mixurucas mesmo (ah! como estou espirituoso…). Em seguida, refogamos o alho-poró (quanto baste ao gosto, isto é, no nosso caso, bastante) e “assustamos” a nossa cabeça de alho negro no azeite, com os dentes cortados pela metade, como já referido.

O resultado pode ser conferido nas fotos. O alho negro não decepcionou. Possui personalidade própria, bastante característica. A textura é bastante amolecida, quase servindo a um patê. O seu sabor é adocicado, remetendo talvez ao melaço de cana, com certo quê defumado, cítrico e frutado. Trata-se de um sabor único, singular, nada
semelhante a ele próprio in natura, salvo, talvez, alguns traços de um bom alho assado inteiro, ao forno, quando o seu sabor acre se perde, dando lugar, da mesma forma, ao adocicado. Ah, o alho negro preserva namoros e casamentos, quando o assunto é o hálito remanescente. Se não é um primor, não é o escândalo deixado pelo alho “branco”, por assim dizer.

Uma pena que o processo para se obter o alho negro seja trabalhoso e inviável de ser desenvolvido em casa, sem utensílios especiais. Ele é obtido após a escolha das melhores cabeças de alho disponíveis, com a sua colocação em estufas por três ou quatro semanas seguidas, em ambiente com temperatura e umidade controladas. Portanto, o alho negro é alho do dia-a-dia, submetido a esse processo peculiar e rigoroso.

Acho que é isso. O alho negro foi, assim, devidamente apresentado, elaborado, deglutido e aprovadíssimo.  A receita que fizemos, com a quantidade acima mencionada, dá para umas quatro pessoas, sossegadamente. E se você tiver a felicidade de possuir duas cabeças de alho no lugar de uma, pode usar, sem medo de ser feliz. Vá por mim: esse alho até vampiro experimentaria e aprovaria!

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Celebridades à palito (17)

“O que o alho é para a comida, a insanidade é para a arte” (Augustus Saint-Gaudens, 1848-1907, escultor norte-americano)

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Ai, que meda!

E não é que eu ganhei um presente preto, fedido, de espantar filho de cruz-credo com ai-jesus, de deixar um hálito para matar leão e… eu gostei?

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